Audio para um mundo em rede

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terça-feira, 16 de novembro de 2010

O reerguer da Sinfonia de Opções

Na longa caminhada pela estrada da vida, vamos tendo o privilégio de nos cruzarmos com pessoas que nos marcam pela positiva, seja pela sua humildade, honestidade, sinceridade, ou seja simplesmente, porque a linha por onde se apruma o seu carácter tem semelhanças com a qual nos identificamos ou por onde nos aprumamos nós mesmos.


Vem esta questão do carácter a propósito dos encantos e desencantos proporcionados por quantos connosco se cruzam nessa longa caminhada e poderia dar-vos aqui um exemplo de sinal contrário que se me revelou há bem pouco tempo (mas prefiro deixar um abraço ao Carlos da extinta Infidelidades).

Mas voltemos às coisas boas que este texto é de coisas boas que trata.

Humberto é um humilde apaixonado pelo áudio, contra tudo e contra todos, já lá vão alguns anos, arriscou e ficou com a loja onde trabalhava, decidindo meter mãos à obra numa aventura sempre difícil e imprevisível.
Pois quis a imprevisibilidade da vida pregar-lhe uma valente partida, testando a fibra de que é feito e levando-lhe os sonhos duramente erguidos ribeira a baixo, durante aquela noite de má memória para todos os Madeirenses.





A loja ficou irreconhecível os danos foram mais que muitos e teria sido o fim de um sonho, não fosse a inabalável vontade do Humberto e do António.



É que escondida naquela pacatez humilde, a adversidade encontrou outra força da natureza e à entrada de um novo inverno a Sinfonia de Opções ergueu-se mais forte e mais pronta que nunca, em nome de um sonho que não morreu debaixo de água, lama e pedras.

Tive o privilégio de poder estar presente para ajudar nos últimos preparativos da reinauguração e posso afirmar que se confirma o ditado popular - ‘existem males que vêm por bem’, pois a loja está de cara lavada e com outras condições para se ouvir o que de bom por lá existe.

Mas as imagens que contem o resto da história.



Para o Humberto e António toda a sorte do mundo e aquele abraço.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Qual a função dos cilindros de espuma que vêm com os vários modelos de colunas B&W?

Hoje em dia a grande maioria das colunas reproduzem os seus graves mais profundos graças a um sistema inventado à muito anos e designado por baixo-reflex. Este sistema consiste numa abertura efectuada na caixa e mais não é, que uma forma de deixar que o ar que se encontra dentro da mesma possa fluir para o exterior, aproveitando-se esse facto, para que através do diâmetro e comprimento do respectivo tubo, se efectue uma afinação de frequência, para que o baixo-reflex acabe por funcionar como uma unidade de extensão em frequência da principal unidade de graves.


Esta foi a forma encontrada para adelgaçar as colunas, que antigamente mais pareciam autênticas caixas de sapatos gigantes, sem comprometer a extenção de graves. Para além do mais este sistema oferece maior sensibilidade e possibilidade de utilizar potências superiores devido ao menor trabalho dos woofers. Ora todos nós sabemos que quanto maior for a largura da área frontal de uma coluna, maiores vão ser os problemas, para que a mesma ‘desapareça’ no seu acto mágico de recriar palco devido a questões de difracção do som. É por este motivo que as pequenas monitoras têm a fama de recriar esta ilusão mais facilmente e foi por esta razão aliada às questões da estética moderna, que levou à adopção deste sistema em mais de 90% das colunas existentes actualmente.


Considero que as salas têm muita importância na resposta em frequência das colunas e esta interacção é responsável por uma parcela significativa do som final que se ouve.

Tendo a Bowers & Wilkins perfeito conhecimento desta questão, decidiu de algum tempo a esta parte, dotar os modelos das suas colunas com cilindros de esponja que mais não são que processos de tentar que cada utilizador, tenha ainda uma possibilidade final de ajustar a resposta das suas colunas à respectiva sala.

Nos modelos mais recentes esses cilindros vêm subdivididos, permitindo um ajuste mais fino. Desta forma podemos tentar controlar melhor a resposta de graves da coluna e fazê-lo por etapas consoante a dimensão do problema que tentamos atacar.

Basta imaginar que a resposta em frequência é medida sem proximidade das paredes, enquanto na maioria dos casos e muita das vezes por razões de natureza meramente estética, somos confrontados com a necessidade de colocar uma par de 684 ou 683 a um palmo da parede traseira.

É aqui que entram estes cilindros de espuma e se nunca leu o manual das colunas, aqui ficam os gráficos de resposta, que mostram a alteração segundo cada uma das opções de utilização efectuadas, quer pela utilização do cilindro externo, quer pela utilização do externo e interno, quer ainda pelo somatório da utilização dos cilindros nos dois pórticos.

Os gráficos são compostos por uma linha vertical que representa o ganho (expresso em dB’s, embora não seja visivel) e uma horizontal que representa a frequência ou seja a extensão (expressa em Hz) propriamente dita.

O ideal é que tais dispositivos não sejam necessários, mas se as colunas tiverem que ficar excessivamente próximas das paredes e o grave tiver tendência para fazer das suas, então faça umas experiências… não paga mais por isso.